terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tarde na FEESP Parte 2 - Breve Viagem Astral

Na mesma tarde do dia 22 de Agosto, ainda durante a exposição espírita do curso O que é o Espiritismo, possivelmente envolvido pelos eflúvios sutis preparados pela espiritualidade para aquele encontro, desprendi-me do corpo físico e fiz uma visita a outro lugar.



Estava eu à beira de um edifício muito alto, todavia notoriamente não se tratava de um local no plano que conhecemos. A paisagem era etérea e as construcões que eu podia avistar eram de uma ordenação para mim bastante peculiar. Lembrava uma cidade planejada, com ruas paralelas e entrecortadas por outras vias em ângulos retos aparentemente perfeitos.

Alguns veículos planavam e iam a toda parte. Eram em formato triângular e avançavam em velocidade reduzida, como não dependentes da ação do vento na sustentação. O edifício em que eu me encontrava parecia ser o único a espichar-se pelas alturas de forma espantosa, ao que me pareceu mais de 50 andares em relação a um prédio convencional... não sei... e senti ser ele destinado a algum tipo de comando ou governo. Já as outras construções pareciam não ultrapassar os 2 pavimentos.

Mas o mais intrigante é o que minha pobre linguagem não poderia explicar. O Sol, era de um brilho tão diferente e a atmosfera era de uma cor núbea e onírica. A sensação daquele ambiente me trouxe uma paz indescritível.

Quando retornava ao corpo físico, uma entidade espiritual se aproximou e disse-me: tenho que lhe falar antes que retorne, para que me entenda! - Fiz silencio e aquiesci.

- O mundo que vês aqui fora é simultaneo ao que encontras encarnado.
Espantado, apenas pude lhe perguntar:
- Como simultâneo? Ao mesmo tempo?
E então a figura luminosa me disse: Ao mesmo tempo, ao mesmo espaço! - E após estas palavras, fui  instantaneamente chamado ao corpo físico.

  Pouco a pouco me integrei à voz da expositora e aos ruidos ao meu redor; foi como se tivesse retornado de país distante, mas que segundo o amigo do outro plano sempre existia muito perto de mim.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tarde na FEESP - Parte 1

   Este ano, após cerca de 8 anos, retornei à FEESP,  Federação Espírita de São Paulo, onde por longos tempos recebi benesses e amizades que trago sempre no coração.


  Todavia, hoje queria compartilhar alguns acontecimentos com todos. Nesta segunda-feira, ao assistir a exposição abençoada de nossas expositoras Suely e Ida, dois eventos mediúnicos me pareceram merecedores de citação. O primeiro deles, falo aqui.

  Para um deles, rememoraremos instrução dada por amigo espiritual há alguns anos. Quando psicografávamos as mensagens que fariam parte do livro "Mensagens de Outra Vida", mentor espiritual nos informou de um procedimento dos espíritos, que muitas vezes era usado para transmitir mensagens aos psicógrafos. Espíritos que dominavam técnicas de moldagem do fluido universal, e entendiam das vibrações cósmicas, poderiam armazenar idéias complexas numa espécie de "bolha" fluídica, uma espécie de "nuvem" que, dispersa num ambiente, poderia ser consultada pelo psiquismo do médium, que como num magnífico "roteador" espiritual organizaria a informação e a transformaria em linguagem simpática e inteligível ao entendimento humano. Seja na escrita ou na fala. Ainda nos alertou que o procedimento era por vezes usado em mensagens de grande extensão e engendramento complexos.

  Guardamos esta informação.

  Ontem, em nosso convívio semanal, tivemos uma experiência interessante que veio a corroborar este antigo apontamento. A dado momento da palestra de nossa querida professora, fomos excitados por um contato mediúnico, uma espécie de "quentura" se nos aproximou; ao darmos vazão, começamos a receber idéias e conceitos, mensagens como num turbilhão, que tínhamos que organizar na mente. Para nosso espanto, a medida que traduzíamos os muitos pensamentos para nosso entendimento, a professora falava os mesmos trechos, em certo atraso, mas confirmando que naquele momento a mesma fonte era acessada, e que aquelas explanações já haviam sido preparadas pelo plano maior, que a tudo rege nos encontros de Jesus.

  Quanto à informação da "bolha", espero que um dia possa encontrar referência em Emmanuel, André Luiz ou mesmo Kardec, para comprovar o maravilhoso evento, anteriormente citado, e aparentemente ocorrido naquela tarde de bençãos!
  

domingo, 14 de agosto de 2011

XXV Encontro Fraternal com Divaldo Franco Santo André, SP

Queridos amigos, espero encontrar a todos por lá, juntamente com Divaldo, nosso querido apóstolo! Abraços fraternos.   Rogério S Temporini

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No dia 25 de setembro acontece o XXV Encontro Fraternal com Divaldo Franco na Creche Amélia Rodrigues, localizada em Santo André, São Paulo. O evento que chega às Bodas de Prata com o minisseminário “O que é a mediunidade e o que são os médiuns?. Há 25 anos o conferencista internacional, Divaldo Franco reserva uma data da comprometida agenda anual para o Encontro Fraternal na Amélia Rodrigues. Tamanha consideração dá-se além do carinho pelo público, a fiel amizade com Miguel e Terezinha Sardano, presidente e vice do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes de Santo André.
O objetivo do evento é promover momentos de profunda reflexão e espiritualidade. A abertura dos portões será às 8h e às 9h15 tem início o minisseminário. À tarde a programação inicia às 13h30 com apresentações artísticas, segue às 15h com autógrafos e cumprimentos e às 18h acontece a palestra de encerramento,
A entrada é gratuita, com estacionamento no local (Rua Silveiras, 17, Vila Guiomar – Santo André), livraria e lanchonete. Mais informações pelo telefone (11) 3186-9766 e 3186-9788.
(Informação repassada em email por Donizete Pinheiro)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um Conto Espírita - Texto Mediúnico

Um Conto Espírita


 


                Era sexta-feira ao entardecer e o menino já observava a mãe preparar a difícil jornada que, como de hábito, fariam.

A casa simples, de taipa. Localizada naquele sertão de Dois Córregos, à beira de um morro, equilibrava-se na pequena planície de onde já se arribançava um declive. Eram dois quartos e a grande cozinha, casa à maneira da época; naquela hora o fogão de lenha já resfolegava, aquecendo a todos que ali iam chegando de suas tarefas. Eram onze irmãos.

                Luiz não se sentia confortável, pressentindo o que estava por vir... Aquelas idas às reuniões lhe davam calafrios só de pensar! Como seria daquela vez? Aconteceria algo que lhe daria muito medo? As dúvidas eram muitas, mas pouco adiantavam nesta hora; sem palavras, a mãe o requisitava: pegava o lampião, o manto e o olhava diretamente. Franzino por conta da febre em que quase desencarnou, era obediência e ativo às requisições da mãe; não havia questionamento possível. Saíram

Chegava escura noite de inverno. Aos poucos, a luz da casa ia se minguando dos olhares roubados para trás e em pouco tempo estavam ambos sob as copas das grandes árvores, rumo àquelas paragens distantes. A trilha era pequena e o lampião fazia uma grande bolha na mata; Dona Ilda, à frente, ia iluminando o caminho esguio e Luiz grudado ao vestido da mãe, sentindo o peso, frio e lúgubre, da escuridão a bater nas costas. Aqui ou ali um som chamava a atenção; era a vida da floresta a resvalar em uma folha, num galho, dando pitada tensa à caminhada noturna.

                Após o que pareceu uma hora e pouco de caminhada, a trilha começa a ficar mais larga e plana. Aos poucos as árvores vão se distanciando uma das outras e sinais de vila começam a brindar os caminhantes cansados, aliviando Luiz. O Lampião já combina sua luz com outra de alguma fonte muito fraca à frente; uma porteira está aberta, um cão magro e escuro se aproxima preguiçosamente, assinalando definitivamente a chegada ao destino. Num repente, dão de frente para uma pequenina vila. Uma mulher é ajudada a descer um outro acesso pelo barranco ali perto; também chegavam para o mesmo fim. Estavam finalmente no pequeno centro espírita do senhor José Ramalho; era agosto de 1929.

                 Todos vão chegando e adentrando o recinto. O pequeno barracão era a sala única onde se desenvolviam os trabalhos. Sua estrutura era comum às construções daqueles rincões remotos: quatro grossos mourões faziam os cantos e sustentavam o teto de ripas e telhas artesanais. Paredes de barro, brancas com rodapés de azuis claros e disformes; o chão era de tijolos batidos. Uma janela lateral aberta dava para um escuro longínquo, e Luiz preferia não olhar para lá. Ficava ao lado da mãe, sentado num dos compridos bancos de madeira. Havia crianças, mas prevaleciam as mulheres adultas; alguns homens com o chapéu por sobre os joelhos; um idoso à porta impacientemente se esforçava para ver se alguém mais vinha lá por baixo, por entre as árvores.

             São oito e meia e a pesada porta faz seu rangido singular, empurrada pelo mesmo idoso da entrada. Para uma mesa central se dirigem algumas pessoas, que tomam seus lugares. Começarão os trabalhos.

                Luiz está apavorado, pois da última feita viu um homem dizer que via um espírito! Aquilo era simplesmente pavoroso! Então, haveria espíritos ali, e também nos outros lugares? Estava aflito, e começa a rezar em silêncio, pedindo a Deus que o protegesse daquilo.

Senhor Ramalho é o último a sentar-se à mesa. Homem forte, alto, com sorriso discreto, é o único a passar algum sossego a Luiz. De fato, Ramalho refletia serenidade em seu jeito de andar, olhar, falar. Lacônico, quando necessário sempre está disposto a ouvir cada um que chega àquela reunião, como um irmão distante. Dedicado aos estudos dos livros da Codificação Espírita, trouxe àquelas bandas a novidade das reuniões espíritas, praticadas por sua família em Araraquara. Simpático à doutrinação, é ele quem dirigiria os trabalhos dos médiuns.  
                  
                Todos ficam em silêncio. As lamparinas dos cantos são apagadas uma a uma por alguém e em breve fica aceso apenas um lampião suspenso acima da mesa central. A ansiedade aumenta e aqueles segundos parecem horas a Luiz. Logo, Ramalho começa a orar:

                - Que Deus nos abençoe e ilumine neste momento sagrado. Pedimos à virgem que interceda para que os bons espíritos possam vigiar e aquiecer a nossos intentos cristãos, materializados nesta singela reunião que aqui desenvolvemos. Sabemos de nossa imperfeição, enquanto homens e médiuns, mas damos neste momento o que temos de melhor em nossos corações para que Jesus possa completar este banquete que está por iniciar...

                Luiz está inquieto, mas as referências a Jesus e Nossa Senhora caem como um manto de calmaria em seu coração. Apesar da insegurança, apega-se àquelas palavras santas e espera os próximos passos da reunião. O senhor continua a falar:

                - Vamos ler um trecho do evangelho...

                Após a leitura de edificante passagem sobre a vida após a morte e seus meandros para os homens de bem e aos maus homens, o amoroso dirigente comenta o trecho tendo por destino as explanações evangélicas do Espiritismo Cristão. O ambiente transpira a Luiz uma harmonia e um calor peculiares. Apesar da escuridão, pode-se observar muitos dos assistentes orando com as frontes baixas. Uma criança dá um início de choro, mas logo se detém voluntariamente, rendida pelo sono.

                   Ramalho então acena para os trabalhos propriamente mediúnicos. Levanta-se rapidamente para arrastar a própria cadeira mais para perto da grande mesa e coloca-se em prece, cobrindo a cabeça curvada com suas grandes mãos. O silêncio agora é absoluto e só resta a todos aguardarem as manifestações por virem. E então o dirigente, após esfregar uma das mãos à testa, profere:
    - Irmão Clarisse, há um amigo triste aí a seu lado, deixe-o falar através de ti!.
              
                Luiz ficou aterrado! Como poderia !? Ele não via nada ali e segundo o homem havia algo! Como poderia o Senhor saber sobre o espírito? Os questionamentos inevitáveis, enquanto a imagem do caminho de retorno à casa começava a assombrá-lo... Andar por aquelas trilhas, abraçadas por árvores grandes e esquisitas. Certamente, os espíritos logo iriam atrás deles!

                 - Ai amigos! Nem sei o que dizer... – São as primeiras palavras da médium Clarisse, já envolvida pelo Espírito comunicante. Dona Clarisse, de voz doce e meiga, e mesmo dando palavras ao comunicante, enternece a todos com sua manifestação. Mãe ainda na adolescência, perdeu o filho de febre amarela. Filha de pais italianos e fervorosamente católicos, trabalhou arduamente no cultivo do café, juntamente com o marido Onório. Ambos, sem terem mais filhos, dedicaram-se a ajudar parentes e amigos próximos, distribuindo o pouco que juntaram nas décadas em assistência aos que a eles recorriam. Era em seu sítio que estava instalada aquela chopa que servia para as reuniões do centro espírita. Aos sessenta e três anos, dedicava-se com afinco às obrigações do grupo, dando-se à conservação do centro e à tarefa mediúnica com Jesus.

                - Pode falar-nos, amigo. Aqui estamos para, com amor, ouvi-te! – Diz Ramalho, com voz calma e terna.
              
                 - Ah! São tantas as dores que tenho passado... As palavras seriam insuficientes! Venho até aqui porque em lugar algum encontrei quem me acudisse! Desde que tudo mudou, estou muito triste, pois não conseguia mais ser ouvido por minha família, falava mas não me ouviam... Aí vieram alguns homens estranhos e me disseram que eu havia morrido! Oh! Como posso ter morrido, se estou vivo!
              
  Todos  ficam  tocados  com as palavras do comunicante. Alguns se olham, a comentarem; não falta um ou outro  que  gesticula  desconfiado.  São quase trinta pessoas presentes na assistência. Todos aguardam. O Espírito diz mais algumas coisas, e faz pausa.

– Mas a vida nunca termina, meu  cansado  amigo...  –  retoma  com voz  calma  Ramalho  –  Entendemos vosso sofrimento, mas o mesmo se dá por  não  ter  o  conhecimento  de  vosso estado. Livrou-se de vosso corpo, mas és espírito imortal! – conclui.

  Neste instante, uma voz soa de  outra  direção,  vinda  de  outro médium num canto escuro da mesa:

   – Antônio! Antônio. Sou eu, vossa Flozina!

  Dona  Clarisse  mediuniza então o espanto do Espírito comunicante - Mamãe! Mamãe! Oh! Quanto tempo  este  coração  esperou  para  encontrar-te, quanto tempo! Estou te vendo! Falas  comigo! Mas...  como  pode  ser, se  já  está morta? Ah!  Não  importa...

Mamãe,  um mundo  está  se  abrindo  a minha frente! Como te amo!

   – Antônio meu filho... – continuo  o  novo  Espírito  – Nunca  estive morta, pois a morte não existe; somos vivos para sempre, e agora poderás entender o que houve contigo, nos braços de vossa mãezinha terrestre!

    –  Oh! Mamãe...  Estou  entendendo...   Entendo agora! Não estou mais  em  meu  corpo...  Morri  naquele dia... Ai Meu Deus! Mas  estou  tão vivo! Oh mamãe! Vamos embora... Vamos com estes moços; quero ser  feliz novamente!  Deus  abençoe!  Obrigado Deus! Obrigado!

  Luiz fica emocionado e uma paz  intensa parece enevoar  a  sala. Seu coração parece compreender algo que não pode exprimir em palavras. Alguns a sua frente enxugam lágrimas.

  O  Silêncio  retoma  o  ambiente.  A  emoção  transborda  no  coração  de  todos,  entendendo  o  que  se deu  naqueles  instantes.  Uma  senhora muito  emocionada  murmura:  Deus seja louvado! Os médiuns vão pouco a pouco recobrando a consciência. Dona Clarisse  chora,  ainda  envolvida  nos fluidos  do  grande  acontecimento  que participara.

  De repente, vozes atribuladas são ouvidas vindo de fora do salão. A porta principal se abre e um senhor adentra  dirigindo-se  diretamente  a mesa;  fala ao ouvido do Sr. Ramalho.

Este muda a fisionomia e prontamente diz:

– Pode  trazer o  obsediado!

     Um homem, tomado por força desconhecida, atacava  os  seus  amigos  e  familiares com golpes de porrete.


Logo  três  homens  trazem para dentro do salão um robusto senhor curvado. Ele caminha segurado pelos outro homens,  como  que  para  também  não escapar. Ele passa ao lado de Luiz, que fica curioso com o repentino visitante. Pensa  também  no  que  viria  a  ser  um obsedido,  obsedado,  enfim... Aqueles instantes anteriores de angelitude parecem se perder com o repente.

       –  Coloquemos  o  rapaz  na mesa,  para  que  possamos  doutrinar  obsessor!  –  Ramalho  toma  decisões rápidas.  Ali  não  havia  preparo  para aquela  situação  no  presente  dia, mas não  poderiam  deixar  um  sofredor  bater à porta de Jesus sem resposta, pensava. Iriam fazer o  trabalho do mestre, e ajudar o irmão sofredor!

  O rapaz é posto em uma cadeira, rodeado por outros  três que olham furtivamente para os lados, amedrontados; não eram espíritas, e ali apenas estavam por entenderem como última opção ao amigo em transtorno, naquele sertão. Ramalho, percebendo o inconveniente, diz:  - Meus  irmãos,  rezem  em  vossa religião, pois aqui é mais uma casa de Deus,  e Deus  entenderá vossos  esforços para com o amigo.

  Começam então a doutrinação.

      – Amigo, esta é uma casa de amor. Sabes porque estás aqui? – Diz Ramalho, já inspirado pelos mentores da casa; percebera que  já não era o homem que  lhe ouvia, e portanto dirigia-se diretamente ao espírito perturbador.

   Todos esperam atônitos. No entanto, o homem geme  alguns  grunhidos  indistinguíveis  e  balança  de  um lado a outro; braços caídos à risca do tronco e cabeça baixa.

        – Amigo, queremos lhe ajudar – diz Dona Clarisse – em nome de Jesu...

  Não  possível  terminar-se  a  frase. Num movimento rápido, o homem levanta-se e com violência desfere um murro na mesa central, que se parte completamente ao meio,  caindo  vigorosamente no  chão. Os médiuns se levantam rapidamente, alguns caem. O homem é imobilizado ao chão, mas  o Pânico  é  geral. Luiz  imediatamente  entende que era hora de partir, e à porta corre desesperado, esquecendo-se  da mãe... No  entanto,  o Senhor  guardião  da saída lhe dirige um gesto inusitado, colocando o dedo por sobre os lábios... era para fazer silêncio!? Como podia ser!? Ele estava desesperado e não poderia entender aquilo... Mas a voz vigorosa de Ramalho por fim interrompe a debandada geral, que já neste momento o porteiro não conseguia conter...

 – Peço a todos que tomem vossos lugares. Tragam  a mesa menor  para  cá.  Foi  apenas  um  destempero de  nosso  irmão  em  seu  grande  sofrimento!  – Em  instantes, uma nova mesa, menor, está no lugar da antiga, agora amontoada aos pedaços logo ao lado.

Rapidamente, irmãos ajudantes, dona Clarisse e seu marido, alguns voluntários saídos da assistência, ajudam a reorganizar o espaço desvalado pela interpérie. Um Jarro com água é trazido e Ramalho dele tira o líquido à caneca, sorvendo a água, de olhos fechados, em goles lentos e profundos... Todos buscam acalmarem-se, enquanto o irmão em perturbação está agora sentado em um caixote, já por própria vontade. Seus amigos, falidos pelo ocorrido, já não lhe dão tanta atenção, ajudando a recolher os pedaços da mesa, num canto e outro.

- Meu querido irmão. Temos a certeza que as palavras de Jesus lhe tocarão um mínimo, e não usará de violência para conosco. Neste momento, estamos te amando – Diz Ramalho, enquanto se ajeita em sua cadeira, a volta da nova mesa, oposto ao rapaz. Ele próprio já não dirige olhar ao obsediado, cedendo à certa tristeza que inevitavelmente lhe tomou o ato, mas não deixa de insistir na ajuda.

- Temos certeza que tem algo a dividir conosco.

Neste instante, o embrutecido homem se põem a chorar... Um choro fino e angustiante. Tenta enxugar o rosto e suas mãos grossas, e a pouca mobilidade dos dedos rústicos e inchados, comovem a platéia que atenta-se num absoluto silêncio,  aguardando suas palavras.

–  Estou sofrendo. Por favor. Estou sofrendo... – Diz o homem, levantando olhar desconsolado a Ramalho, depois virando lentamente a cabeça à cada médium – Preciso ter minha paz de volta. Me desculpem quebrar tudo. Não tenho vontade às vezes... Mas que ódio sinto...

– Meu querido amigo, vamos lhe ajudar, assim como Jesus vai muito mais! Peço a ti que ore conosco, pode ser? – Imediatamente, o homem sofredor coloca as mãos em atitude de prece, e curva-se sobre as próprias pernas.

Todos se levantam e colocam-se para orar. Luiz ora com fervor como nunca antes, espremendo-se entre as mãos e os olhos. Seus sentimentos se inundaram de confiança ao ver a queda do gigante em lágrimas. Já não temia àquele momento os Espíritos, se eles estão ali mesmo. Sente um amor enorme e uma vontade de abraçar a todos, como se fossem naquela noite, naquele barracão, uma família... Como se aquela oração nunca fosse terminar...

Ao longe, os pássaros cantam à floresta murmurante, e uma luz diáfana encobre o vilarejo, preparando a partida de todos, alimentada por aquele instante onírico de amor e gratidão.

Espíritos da Colônia
Psicografia de Rogério S Temporini
Janeiro de 2012

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Dicas em Mediunidade


1- Seja o mais discreto possível 
2- Evite comentários pessoais em torno das faculdades de que seja portador 
3- Direta ou indiretamente não provoque palavras elogiosas a você. 
4- Não queira se antecipar à experiência que apenas o tempo lhe conferirá 
5- Confie na ação dos espíritos por seu intermédio  mas submeta tudo ao crivo da razão. 
6- Não permaneça na expectativa de bons resultados sem trabalho perseverante. 
7 - Mesmo quando bem intencionados  acautele-se contra os bajuladores. 
8- Vacine-se contra a vaidade  não admitindo qualquer situação  que o coloque em evidência 
9- Não se afaste das atividades que  doutrinariamente  muitos consideram insignificantes 
10- Jamais reivindique privilégios 
11- Preocupe-se em dar exemplo de devotamento e amor à Causa. 
12- Eleja na prática da caridade o seu ponto de sintonia contínua com os Planos mais altos. 
13- Aprenda a ouvir mais do que falar. 
14- Tenha sempre uma palavra de otimismo em seus lábios 
15- Não condicione a sua presença na tarefa  fazendo com que a sua opinião prevaleça sobre as demais. 
16- Fuja de exercer domínio sobre quem quer seja. 
17- Não ponha palavras suas na boca dos espíritos. 
18- Convença-se de que as Trevas possuem mil maneiras para fazê-lo cair. 
19- Toda vigilância de sua parte ainda é pouca. 
20- Quem aceita o primeiro suborno  começa a se vender por inteiro. 
21- Escolha caminhar entre pontos de referência que  realmente  possam lhe dar segurança na jornada. 
22- Não se considere completamente imune à fascinação. 
23- Em favor de seu equilíbrio mental  não ignore a sua condição de mero instrumento. 
24- Estude  mas não para mostrar que sabe e sim  para que mais bem avalie o tamanho de sua ignorância da Verdade. 
25- Com a sua condição de Médium não atropele a sua condição de espírita 
26- O médium que mais recebe é aquele que mais doa. 
27- Faça a sós as preces que você costuma fazer em público. 
28- Dignifique o seu lar e a sua família. 
29- Não olvide que ninguém é melhor médium do que pessoa. 
30- O alicerce do edifício da mediunidade chama-se caráter. 
(  Extraído do livro – Ao Médium Principiante – Carlos Bacceli – pelo espírito de Spartaco Ghilardi )

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Emoção marca despedida do leão Ariel em S.Bernardo




Emoção marca despedida do leão Ariel em S.Bernardo
Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
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Cerca de 100 pessoas compareceram ao velório e cerimônia de cremação do corpo do leão Ariel, ontem, em São Bernardo. O animal morreu semana passada, com apenas 3 anos. Ele não resistiu a uma doença degenerativa autoimune e teve uma parada cardiorrespiratória, dia 27.

O clima era de muita emoção. Ary Marcos Borges, 41 anos, e sua mulher Raquel Ferreira Borges, 39, estavam abalados, assim como as três filhas do casal. A família veio de Maringá (PR), onde moram.

O leão estava em São Paulo havia pouco mais de um mês, na casa da veterinária responsável Lívia Pereira Teixeira, onde foi montado pequeno centro médico para que ele fosse tratado. Nos últimos dias de vida, Ariel passou por um tratamento chamado plasmaférese, que é a filtragem do sangue. "Não foi a terapia que acelerou o enfraquecimento dele. A doença já vinha avançando muito rápido."

Muito emocionada, Livia contou que largou sua casa em São Paulo e passou seis meses em Maringá, na casa dos donos, para cuidar voluntariamente de Ariel. "A primeira vez que vi aqueles olhos cor de mel, soube que só ia sair de perto dele quando ele estivesse bem."

Ariel começou a apresentar sintomas da doença no seu aniversário de 2 anos, quando pulou para pegar uma bexiga e, ao cair, começou a mancar. Desde então, perdeu os movimentos nas patas traseiras. Depois de cirurgia realizada na Capital, ele piorou, perdendo a maioria dos movimentos.