sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mensagem - Por João Féria

Mensagem Recebida pelo meu amigo João Feria, do Centro Espírita Alvorecer Cristão, em 18 de Maio de 2012 

 

A árvore do evangelho

"Queridos irmãos,

Todos que se alimentam dos frutos do evangelho se tornam fiéis depositários de preciosas sementes; sementes estas que precisam ser plantadas no campo de nossa alma para que a Boa Nova faça raízes pela eternidade em nosso ser.

O fruto da vida que nos foi apresentado e entregue por Jesus, no tempo certo, nos chama a atenção, pois a sede de luz nos leva a buscá-lo, a dor do vazio nos impele a pedi-lo e, assim, a maioria de nós bate a porta do socorro, famintos de paz e rogando por este alimento divino: o amor!

Apreciamos o colorido deste fruto, fitando com os olhos do espírito o seu envoltório de candura, de pureza, de alegria que se apresenta em cada obra que é realizada na assistência, pelo devotamento e em cada gesto de benevolência; aguçamos nosso olfato espiritual e sentimos o olor da harmonia, o perfume da simpatia, da simplicidade que é exalado pela humildade, pela compaixão que impregna em nosso ser; abrimos os olvidos da razão e da emoção para captarmos a essência dos ensinamentos que vibram em cada palavra de consolo e incentivo, de esclarecimento e instrução que flui e ecoa por nosso micro-universo e, pouco a pouco, vai despertando nossa consciência para a verdade, para o objetivo maior que nos impulsiona a renovação; pelo tato da alma sentimos este fruto em nossas mãos como que precisando ser descascado para que a polpa, o roteiro moral a ser percorrido se faça visível e é então que o labor sobre o fruto começa a nos requerer empenho, paciência, perseverança; e, finalmente, com o nosso paladar espiritual constatamos o sabor adocicado e refrescante do amor e da fraternidade, degustamos a força poderosa e reestabelecedora da fé, sentimos a textura leve e suave da seiva do evangelho a percorrer e preencher nosso interior, nos fornecendo a energia e o ânimo para nos reerguermos e continuarmos nossa caminhada, agora já cientes de nossa própria condição e responsabilidades perante o Pai, frente ao próximo e diante de nós mesmos.

Porém, meus amados irmãos, após recebermos e saciarmo-nos com os frutos de luz da árvore do evangelho, nos sobram às sementes; as benditas sementes que não podemos desprezar. São elas que, se plantadas e cultivadas, farão com que nos tornemos novas árvores que o Pai se utiliza para estender Suas bênçãos à Seus filhos amados.

No estágio em que nos encontramos, companheiros, a Providência Divina se faz presente através de Suas criações e o auxílio que necessitamos vêm por nosso próximo, assim como nós também servimos de intermediários para levar o divino amparo para nossos semelhantes.

As reencarnações que o Pai nos proporciona, por Sua misericórdia infinita, nos possibilitam realizar esta plantação, em tentativas consecutivas de se fazer com que germinem e prosperem estas sementes no campo de nossa alma.

Sabedores disto, que possamos então, cada um de nós, aproveitarmos a oportunidade presente para plantar estas sementes em nosso espírito, limpando primeiramente o canteiro de nosso coração e diariamente regando estas sementeira com a oração sincera, adubando a terra com o estudo edificante.

O Sol do Criador que bafeja sobre nós provê todo o necessário para que esta plantação se desenvolva de forma saudável e equilibrada, porém precisamos estar atentos, vigiando o terreno de nosso eu e capinando, retirando constantemente as ervas daninhas que aparecem na leira de nossa mente, para que assim a árvore do evangelho brote forte e vigorosa em nosso íntimo, crescendo robusta para formar ramos que nos habilitem a oferecer sombra amiga, abrigo acolhedor e fraterno àqueles que se encontram castigados pela descrença, para que possamos florescer a esperança aos irmãos que estão perdidos por trilhas e labirintos de desespero e equívocos, para que possamos entregar nossos frutos de luz e amor para todos os espíritos que buscam a felicidade e a paz, e que as encontrarão percorrendo os passos que o Cristo nos ensinou, descobrindo enfim que o reino de Deus está dentro de nós, em nosso espírito imortal, cabendo-nos construir este estado de harmonia e elevação através do bem e do trabalho, na vivência sincera do perdão e da caridade, no servir ao Pai na pessoa de nosso semelhante, amando-nos uns aos outros da mesma forma que Jesus nos amou e nos ama, incondicionalmente!

É assim, neste partilhar de ramos, de flores e de frutos, envoltos no sentimento sublime do amor, que mais e mais irmãos se beneficiam e, por fim, aumenta-se, no mundo intimo de cada ser, o plantio da árvore generosa e frutífera do evangelho que é lançada a todos os filhos de Deus, e no momento propício, em que a terra de seus corações se encontra fértil e preparada para a semeadura, ela rompe a camada espessa e dura do orgulho e egoísmo despontando grandiosa rumo ao Céu; e quanto mais subimos mais nos aproximamos do Criador, sintonizando-nos com Suas irradiações benfazejas, assim mais nos ampliando, alargando o horizonte de labor, nos fazendo visualizar com mais clareza as necessidades de se espalhar a Boa Nova, de se propagar a doutrina consoladora que visa concretizar no mundo o reinado da lei maior de nosso Pai, a sublime lei do amor.

Irmãos, uma única árvore é capaz de alimentar a muitos, pois se multiplicam os seus frutos... algumas trinta por um, outras sessenta por um, e ainda outras cem por um. Não importa quantos frutos podemos dar no agora, o essencial é fazermos nossa árvore começar a frutificar continuamente e dividirmos estas dádivas que o Pai nos concede produzir, doando-os ao nosso próximo, sem esperarmos receber em troca, pois o retorno real vem por situações e em momentos que desconhecemos, mas, tenham certeza, o Pai sempre nos retribui cem vezes mais, já nesta existência encarnatória.

Cada vez aparecerão mais irmãos famintos de paz, sedentos de luz, e nós estaremos sempre com vocês para distribuirmos juntos estes frutos de amor à todos que os necessitarem, interessados que estamos somente em vê-los progredir, em vê-los caminhando com firmeza pela senda da redenção.

Nossos exemplos como cristãos, espíritas verdadeiros, quando colocamo-nos como instrumentos do Senhor para darmos testemunhos sinceros no bem, pela caridade, são como os grãos de pólen que viajam carregados pelo vento e outros elementos da natureza para fecundar e estimular a plantação de muitos outros irmãos.
Amigos do coração, é como o Mestre nos disse: "Quem tem ouvidos de ouvir, ouça" e complementamos dizendo: Quem tem mãos de fazer, faça... e o faça com boa vontade, com honestidade para consigo mesmo e abnegação.

O Cristo está sempre nos chamando ao arado, aguardando esperançoso por nosso despertar e reforma interior, neste processo contínuo para que possamos assim cooperar em suas hostes redentoras e fazermos juntos, da Terra, um orbe regenerado, um planeta onde vigore a lei do amor que quando enxertada com sucesso no coração do ser humano, faz com que este estenda por todas as regiões a equidade e a solidariedade, sustentando desta forma sua paz e felicidade, com a consciência tranqüila pelo dever cumprido na necessidade que todos temos de vivenciar o amor fraterno.

A vinha do Pai, meus irmãos, como bem sabem, é muito grande e necessita de ceifeiros, de trabalhadores comprometidos e conscientes, dedicados e dispostos a amar. Esta vinha se estende por colinas e vales, atravessa mares e ares, nos proporcionando campo de atuação e possibilidades de servir que vão ao infinito.
Coragem, discípulos de Jesus, mãos a obra! Não estamos sozinhos... Jesus nos sustenta nesta tarefa!

Trabalhemos confiantes na seara de nós mesmos e sirvamos com engajamento na vinha do Pai, seguindo com fidelidade as orientações morais de nosso Mestre, a todo o momento estando nós também com Ele, de coração aberto e ideal fortalecido, para que alcancemos, com segurança, o êxito almejado, o fim colimado que é apenas mais uma etapa que brevemente surgirá esplendorosa como o raiar de um novo dia, embelezando nossa vida, transformando nosso espírito de campina agreste em um bosque iluminado e aconchegante, repleto de carinho, de ternura e afeto... vibrando sentimentos que nos façam sentir irmanados, em Aliança inquebrantável e integrados a Deus!

Rendamos graças a nosso bondoso Pai.

Muita Paz!

Abraços em fraternidade, de um amigo que está sempre convosco."

sábado, 2 de junho de 2012

Uma Viagem Astral Coletiva

       
 Por Rogério S Temporini
  
            O que chamamos contemporaneamente de Viagem Astral é tema obliquo na classificação mediúnica kardeciana, possivelmente por não corresponder a uma modalidade mediúnica definida, que promova a ponte entre vivos e desencarnados; sábio observador e classificador metódico, Kardec parece ter atentado rapidamente a este fato, e tangenciou o assunto. 

             Mesmo assim, o mestre de Lion passa pelo tema no capítulo VII do Livro dos Médiuns, focado na percepção de pessoas vivas, desprendidas de seus corpos,  pelos médiuns videntes, fenômeno classificado por Kardec por bicorporeidade[1]

            No Brasil, Waldo Vieira, antigo parceiro de Chico Xavier, aprofundou os estudos da Projeção Astral em seu instituto hoje IIPC(Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia), apenas IIP à época que lá frequentávamos[2].
            Todavia, aqui estamos para relatar fato curioso, que nos relaciona com querido amigo, e que os dados trocados por nós em vigília corroboram a realidade do fenômeno de projeção pelo qual passamos nesta última noite[3].
            Sem termos comentado o que faríamos, conto minha parte: estava dormindo, quando do retorno à vigília, entre no estado sonambúlico próprio a minhas faculdades, e naquele momento projetei-me em meu quarto. Neste estado, pude observar meu amigo Caio que estava ao meu lado, deitado, e me disse:
- Rogério, vou agora ensinar a ti como saí do corpo esta noite; ensinarei duas técnicas!
Pensei comigo: Nossa, nem sei se quero isto... Fiquei parado, deitado, e apenas olhava para o lado. Ele continuou:
- A primeira técnica, após o estado vibracional, você senta na cama. A segunda, você deverá levantar-se por inteiro...
Confesso que não demonstrei ação, e o estado logo se perdeu, e acordei.
Importante notar que eu e Caio não havíamos comentado dobre fazer qualquer experiência juntos neste sentido, pois eu mesmo não pratico projeção, embora soubesse que ele tinha tentado algumas vezes.
Ao encontrar com meu amigo no trabalho na data de hoje, ara meu espanto,  veio ele me procurar relatando que naquela noite havia, após uma pausa nesta atividade,  tentando sair do corpo e a descrição de sua tentativa de saída coincidiu muito com o que posteriormente lhe relatei, que está nas linhas atrás.
O completo desconhecimento do que ele fazia por minha parte, e o fato de nunca tê-lo visto em minhas projeções, e vê-lo justamente no dia e horário em que ele tentava sair do corpo (e provavelmente nos momentos em que saiu, e não se lembra), fortalecem a possibilidade de um fato espetacular que vivemos juntos.
Deixamos ao leitor o julgamento, sem propor qualquer confirmação inquestionável, no entanto tendo a certeza que muitos sentirão alento nestas palavras!
Abraços fraternos!

Rogério S Temporini


[1] Neste caso, a bicorporeidade é usada para nomear o fenômeno naquele que, estando em corpo num lugar, aparece em espírito em outro, havendo a necessidade de um médium vidente para tal.  
[2] Estudamos no instituto de Waldo Vieira, os 8 módulos básicos de Projeção Astral.
[3] Noite do dia 01 para o dia 02 de Junho de 2012

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Rio de Janeiro. FEB. 2002