A
árvore do evangelho
"Queridos irmãos,
Todos que se alimentam dos frutos do
evangelho se tornam fiéis depositários de preciosas sementes; sementes estas
que precisam ser plantadas no campo de nossa alma para que a Boa Nova faça
raízes pela eternidade em nosso ser.
O fruto da vida que nos foi apresentado e
entregue por Jesus, no tempo certo, nos chama a atenção, pois a sede de luz nos
leva a buscá-lo, a dor do vazio nos impele a pedi-lo e, assim, a maioria de nós
bate a porta do socorro, famintos de paz e rogando por este alimento divino: o
amor!
Apreciamos o colorido deste fruto,
fitando com os olhos do espírito o seu envoltório de candura, de pureza, de
alegria que se apresenta em cada obra que é realizada na assistência, pelo
devotamento e em cada gesto de benevolência; aguçamos nosso olfato espiritual e
sentimos o olor da harmonia, o perfume da simpatia, da simplicidade que é
exalado pela humildade, pela compaixão que impregna em nosso ser; abrimos os
olvidos da razão e da emoção para captarmos a essência dos ensinamentos que
vibram em cada palavra de consolo e incentivo, de esclarecimento e instrução
que flui e ecoa por nosso micro-universo e, pouco a pouco, vai despertando
nossa consciência para a verdade, para o objetivo maior que nos impulsiona a
renovação; pelo tato da alma sentimos este fruto em nossas mãos como que
precisando ser descascado para que a polpa, o roteiro moral a ser percorrido se
faça visível e é então que o labor sobre o fruto começa a nos requerer empenho,
paciência, perseverança; e, finalmente, com o nosso paladar espiritual
constatamos o sabor adocicado e refrescante do amor e da fraternidade,
degustamos a força poderosa e reestabelecedora da fé, sentimos a textura leve e
suave da seiva do evangelho a percorrer e preencher nosso interior, nos
fornecendo a energia e o ânimo para nos reerguermos e continuarmos nossa
caminhada, agora já cientes de nossa própria condição e responsabilidades
perante o Pai, frente ao próximo e diante de nós mesmos.
Porém, meus amados irmãos, após
recebermos e saciarmo-nos com os frutos de luz da árvore do evangelho, nos
sobram às sementes; as benditas sementes que não podemos desprezar. São elas
que, se plantadas e cultivadas, farão com que nos tornemos novas árvores que o
Pai se utiliza para estender Suas bênçãos à Seus filhos amados.
No estágio em que nos encontramos,
companheiros, a Providência Divina se faz presente através de Suas criações e o
auxílio que necessitamos vêm por nosso próximo, assim como nós também servimos
de intermediários para levar o divino amparo para nossos semelhantes.
As reencarnações que o Pai nos
proporciona, por Sua misericórdia infinita, nos possibilitam realizar esta
plantação, em tentativas consecutivas de se fazer com que germinem e prosperem
estas sementes no campo de nossa alma.
Sabedores disto, que possamos então, cada
um de nós, aproveitarmos a oportunidade presente para plantar estas sementes em
nosso espírito, limpando primeiramente o canteiro de nosso coração e
diariamente regando estas sementeira com a oração sincera, adubando a terra com
o estudo edificante.
O Sol do Criador que bafeja sobre nós
provê todo o necessário para que esta plantação se desenvolva de forma saudável
e equilibrada, porém precisamos estar atentos, vigiando o terreno de nosso eu e
capinando, retirando constantemente as ervas daninhas que aparecem na leira de
nossa mente, para que assim a árvore do evangelho brote forte e vigorosa em
nosso íntimo, crescendo robusta para formar ramos que nos habilitem a oferecer
sombra amiga, abrigo acolhedor e fraterno àqueles que se encontram castigados pela
descrença, para que possamos florescer a esperança aos irmãos que estão
perdidos por trilhas e labirintos de desespero e equívocos, para que possamos
entregar nossos frutos de luz e amor para todos os espíritos que buscam a
felicidade e a paz, e que as encontrarão percorrendo os passos que o Cristo nos
ensinou, descobrindo enfim que o reino de Deus está dentro de nós, em nosso
espírito imortal, cabendo-nos construir este estado de harmonia e elevação
através do bem e do trabalho, na vivência sincera do perdão e da caridade, no
servir ao Pai na pessoa de nosso semelhante, amando-nos uns aos outros da mesma
forma que Jesus nos amou e nos ama, incondicionalmente!
É assim, neste partilhar de ramos, de
flores e de frutos, envoltos no sentimento sublime do amor, que mais e mais
irmãos se beneficiam e, por fim, aumenta-se, no mundo intimo de cada ser, o
plantio da árvore generosa e frutífera do evangelho que é lançada a todos os
filhos de Deus, e no momento propício, em que a terra de seus corações se
encontra fértil e preparada para a semeadura, ela rompe a camada espessa e dura
do orgulho e egoísmo despontando grandiosa rumo ao Céu; e quanto mais subimos
mais nos aproximamos do Criador, sintonizando-nos com Suas irradiações
benfazejas, assim mais nos ampliando, alargando o horizonte de labor, nos
fazendo visualizar com mais clareza as necessidades de se espalhar a Boa Nova,
de se propagar a doutrina consoladora que visa concretizar no mundo o reinado
da lei maior de nosso Pai, a sublime lei do amor.
Irmãos, uma única árvore é capaz de
alimentar a muitos, pois se multiplicam os seus frutos... algumas trinta por
um, outras sessenta por um, e ainda outras cem por um. Não importa quantos
frutos podemos dar no agora, o essencial é fazermos nossa árvore começar a
frutificar continuamente e dividirmos estas dádivas que o Pai nos concede
produzir, doando-os ao nosso próximo, sem esperarmos receber em troca, pois o
retorno real vem por situações e em momentos que desconhecemos, mas, tenham
certeza, o Pai sempre nos retribui cem vezes mais, já nesta existência encarnatória.
Cada vez aparecerão mais irmãos famintos
de paz, sedentos de luz, e nós estaremos sempre com vocês para distribuirmos
juntos estes frutos de amor à todos que os necessitarem, interessados que
estamos somente em vê-los progredir, em vê-los caminhando com firmeza pela
senda da redenção.
Nossos exemplos como cristãos, espíritas
verdadeiros, quando colocamo-nos como instrumentos do Senhor para darmos
testemunhos sinceros no bem, pela caridade, são como os grãos de pólen que
viajam carregados pelo vento e outros elementos da natureza para fecundar e
estimular a plantação de muitos outros irmãos.
Amigos do coração, é como o Mestre nos
disse: "Quem tem ouvidos de ouvir, ouça" e complementamos dizendo:
Quem tem mãos de fazer, faça... e o faça com boa vontade, com honestidade para
consigo mesmo e abnegação.
O Cristo está sempre nos chamando ao
arado, aguardando esperançoso por nosso despertar e reforma interior, neste
processo contínuo para que possamos assim cooperar em suas hostes redentoras e
fazermos juntos, da Terra, um orbe regenerado, um planeta onde vigore a lei do
amor que quando enxertada com sucesso no coração do ser humano, faz com que
este estenda por todas as regiões a equidade e a solidariedade, sustentando
desta forma sua paz e felicidade, com a consciência tranqüila pelo dever
cumprido na necessidade que todos temos de vivenciar o amor fraterno.
A vinha do Pai, meus irmãos, como bem
sabem, é muito grande e necessita de ceifeiros, de trabalhadores comprometidos
e conscientes, dedicados e dispostos a amar. Esta vinha se estende por colinas
e vales, atravessa mares e ares, nos proporcionando campo de atuação e
possibilidades de servir que vão ao infinito.
Coragem, discípulos de Jesus, mãos a
obra! Não estamos sozinhos... Jesus nos sustenta nesta tarefa!
Trabalhemos confiantes na seara de nós
mesmos e sirvamos com engajamento na vinha do Pai, seguindo com fidelidade as
orientações morais de nosso Mestre, a todo o momento estando nós também com
Ele, de coração aberto e ideal fortalecido, para que alcancemos, com segurança,
o êxito almejado, o fim colimado que é apenas mais uma etapa que brevemente
surgirá esplendorosa como o raiar de um novo dia, embelezando nossa vida,
transformando nosso espírito de campina agreste em um bosque iluminado e
aconchegante, repleto de carinho, de ternura e afeto... vibrando sentimentos
que nos façam sentir irmanados, em Aliança inquebrantável e integrados a Deus!
Rendamos graças a nosso bondoso Pai.
Muita Paz!
Abraços em fraternidade, de um amigo que
está sempre convosco."