terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Breve apontamento sobre a música mediúnica

Ainda no fim da infância, como já dito, ganhei o livro dos médiuns de presente. Sua leitura fazia de forma velada, e o tinha guardado numa prateleira, atrás de outros volumes menos polêmicos e mais apropriados, para não despertar problemas com minha família, protestante à época.

E é com saudosismo que me lembro da primeira tentativa de psicografar. No Tomo sobre Psicografia, Kardec era enfático: "O processo é dos mais simples: consiste unicamente em a pessoa tomar de um lápis e de papel e colocar-se na posição de quem escreve, sem qualquer outro preparativo." LIVRO DOS MÉDIUNS - CAP XVII - Da Formação dos Médiuns.

Assim, foram algumas noites que coloquei-me à disposição para a psicografia, na grande mesa da oficina de harpas de meu Pai, em horários avançados, sem que eles soubessem. Mas, ao primeiro tremor das mãos, o medo me assaltava como uma onda quente e pavorosa... Desisti neste ponto todas as vezes...

  Muitos anos mais tarde, começaram os contatos com os primeiros espíritos que realmente fizeram-se entender. Ali, me explicaram sobre minhas faculdades e orientaram-me sobre erros e acertos no desenvolvimento mediúnico. Falaram-me então da mistificação que àquelas primeiras tentativas havia desenvolvido em torno da mediunidade. Os Espíritos não pegariam minha mão, e sim ditariam, e assim o fizeram.

  Como aquela orientação me falou alto... Nunca havia me dado conta que os ouvia desde muito, e a imagem que fazia da psicografia me atrapalhava. Não deveria ter medo, eles falaram sempre comigo, era só registrar isto através de minhas mãos...

  Bem, o tempo passou e nestas épocas atuais novamente cometo o mesmo erro. Ao preparar-me para receber mediunicamente as músicas para a gravação de nosso CD,  postando-me na posição de tocar, aguardei a manifestação dos espíritos da forma ostensiva, fisica, como naqueles primeiros passos na psicografia ainda na infância. Evidentemente, as primeiras tentativas foram frustradas, e coloquei-me a refletir...

  Precisei de dois dias para entender que não seria daquela forma... Nosso mentor orientou-nos que os espíritos músicos ali estariam, mas conduziriam minha execução de forma sutil, quase sem intervenções mecânicas em minhas mãos, tocando as melodias aos meus ouvidos, as quais eu ora reproduziria, ora deixaria envolver-me pelas ondas mediúnicas.

  Assim, as primeiras melodias estão sendo registradas. Outras foram executadas nas apresentações que temos feito nos CEs.

  Mais um aprendizado tivemos, de lições pregressas, mas necessárias à nossa titubeante caminhada!

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