terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jesus me deu o maior presente naquela manhã!




As linhas que escrevo me causam certo abalo e comoção, poi mexem com sentimentos profundos, particulares, arraigados a meus sonhos e a minhas frustrações, mas que Deus tem me dado força para vencer.

Sem delongar-me pelos acontecimentos todos, resumirei que durante 2 anos, alimentei um sonho intenso, e foi meu sonho maior, e as razões de tamanho fervor só me foram claras quando dos últimos instantes... Vivia meus dias pensando poder passar um dia, ao menos, com minhas filhas e minha mãe; aquilo completaria meu coração por fazer minha mãe ser avó, e ter as meninas para poder abraçá-las; Se isso acontecesse, pensava, eu poderia partir tranquilo um dia... Eu sonhava com as coisas que faríamos juntos, mas o tempo avançava....Na época, problemas diversos me impediam de sair com minhas filhas e trazê-las para meu convívio; eu lutava contra os impedimentos impostos pelas circunstâncias, e aguardava, como ainda hoje aguardo, o trabalho de Deus.

Todavia, se me diziam: As crianças vão crescer, e tudo vai mudar... Por outro lado, algo me sugeria que eu deveria ser rápido, e não sabia ainda que silenciosamente a doença preparava a partida de minha mãe.

Em Julho de 2009, minha mãe já se encontrava na UTI. Resignados, mesmo assim ainda não supunhamos o pior. E foi numa dessas noites que, em casa, apresentou-se-me amigo espiritual que sempre me visitava, o amigo Siló. Ele, compadecido, olhou-me e sem que eu dissesse nada, adiantou-se: Peça a Jesus! Nada lhe é impossível, se você merecer! E dizendo isto, retirou-se.

Isso me alertou de algo... Minha mãe podia estar partindo... E a partir disso, não haveria como realizar este sonho dela. Ele estava sufocando, e tudo acabaria ali. Todavia, as palavras de Siló ecoaram em meu ser, e ao acordar naquela madrugada, fiz uma prece a Jesus, quem sabe a mais sincera, pedindo que minha mãe retornasse daquele estado, para continuar sua vida, e poder criar suas netas, que ela tanto sonhava tê-las contigo.

Pelo amanhecer, vi-me fora do corpo. Tinha uma de minhas filhas no Colo, e a outra levava pela mão. Andávamos por uma calçada margeada por um longo muro e eu estava apressado. Havia uma casa do outro lado da rua, e a partir dali eu perdi a lucidez e voltei ao meu corpo. Nada lembrava além disso, e o fato não chamou muito a minha atenção, por serem corriqueiros os despreendimentos, a não ser quando minha irmã retornou da visita matutina ao hospital.

Disse-me ela: Rogério, eu não estou entendendo... A mãe está lúcida, está animada pra sair, está bem, mas disse-me algo que me preocupou... Ela me agradeceu e pediu para te agradecer também por ter levado as meninas lá hoje de manhazinha para ela conhecê-las, e disse que ficou muito feliz, que elas são super educadas, mas que você ficou com uma delas no colo, mas a outra ficou quietinha ao lado dela na cama, e que apesar de ter ido embora logo, ela está muito feliz! - Eu acho que ela está delirando... Você não levou as meninas, não é?

Não respondi minha irmã. A tarde fui a visita, e minha mãe me disse: Rogério, nossa! Como as meninas estão grandes! Eu estou muito feliz! Elas vieram aqui, não foi? Como você entrou com elas aqui?

Nos abraçamos e conversamos todos os assuntos pendentes naquela meia hora. Tudo estava se resolvendo.

Naquela noite, ela entraria em estado de passagem, e seu desencarne se confirmaria horas após.

----------

Hoje é com lágrimas que recordo aqueles dias de velamento, mas é com alegria e fé que recordo o apontamento de Siló e continuo a falar de Jesus e da bondade do Pai, que ao impedimento terrestre, abriu as portas do infinito para que tivéssemos nosso sonho realizado, no último instante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário