sábado, 18 de junho de 2011

A Ajuda de Chico Xavier

Lembro-me do que relatarei como momentos dos mais notáveis em minha infância, . Importante notar que durante minha préadolescência e juventude, não me recordava destes fatos, que pude apenas relembrar há alguns anos, em minhas divagações sobre minha infância.

Bem, vamos lá!

Havíamos a pouco mudado para a rua Uaimaré, no bairro do aeroporto, em São Paulo. Meu Pai estava retomando a oficina de construção de harpas, e nossa situação financeira não era favorável. Lembro-me de meu pai chorando na cozinha, por não termos o que comer, no que acudiu-nos a providência e fomos ajudados por parentes próximos. Minha família era pouco religiosa a época.

Dificilmente conseguirei exprimir o que realmente se sucedia comigo, mas me deterei a dizer que por volta dos 5 anos de idade, assolava-me a certeza que algo de diferente estava acontecendo comigo, mas não naquele momento, mas sim que eu estava me dando conta do que teria me acontecido... Sentia que coisas haviam acontecido comigo em passados anteriores à idade que tinha, e eu não entendia.

Honestamente, não saberia dizer hoje do que realmente me lembrava, mas relato um fato intrigante que ocorreu; lembro-me perfeitamente.

Por volta dos cinco anos, num dia em casa, ao refletir sobre a sensação que eu trazia, das lembranças, fizei-me num repente na seguinte idéia: precisava falar com Chico Xavier! Pediria a minha mãe para me levar até ele, e ele saberia como resolver tudo... Não havia nenhum espírita em casa como nunca veio a existir de fato além de mim; minha mãe era à época protestante recém-convertida e meu Pai católico não praticante. Poderia eu até ter ouvido falar de Chico, mesmo pela televisão, pois hoje imagino que a propaganda de seus feitos estava no auge no final da década de 70, começo de 80, mas a idéia que deveria encontrá-lo era algo indescritível para mim em palavras. Era como se de repente tivesse achado a chave de um mistério, aquele que saberia ou já sabia o que se passava comigo naqueles dias. Pelo que me recordo não cheguei a expressar o desejo a minha mãe, e guardei comigo este e meu estado de pensamentos.

O encontro físico com Chico nunca aconteceu, desencarnando ele no ano em que eu me reencontrava com a doutrina espírita nesta vida. Li muito sobre a vida dele desde então, e conversei com aqueles que puderam estar com ele; por fim, ele me ajudou no fim, com suas mensagens e livros intermediados, que me explicaram e confortaram minhas angústias. O admiro como um grande instrutor do amor e por ele tenho carinho inestimável, como se fora um amigo querido meu.

Mas aquele desejo em meu coração permaneceu e hoje se transformou em uma recordação que guardo de sua doce figura, que impregnou minha infância como, naqueles dias, um porto seguro amigo.

Um comentário:


  1. Prezado amigo, Rogério.
    Retomo a leitura do seu texto, “A Ajuda de Chico Xavier”, interrompida por motivo de forte emoção. No conteúdo da mensagem, estão impregnados os mais belos sentimentos de Amor à Vida, o que, deveras, me sensibiliza; arrumei tudo o que senti, em suas devidas posições, aqui, ali, acolá, e volto, de mansinho, para desfrutar de tamanha beleza. Claro, você não escreveu para, necessariamente, imprimir esse movimento nas emoções dos leitores. Cada qual percebe do seu jeito e o meu foi assim: vi um menino indefeso, frágil, porém demonstrava saber o que queria, apesar da tenra idade, iniciando os primeiros passos na existência terrena. Alma gigante pelos compromissos pretéritos assumidos, desafiadora oportunidade que sugere eventos com vistas ao progresso espiritual. Sinais de responsabilidade surgindo já nas atividades pueris.
    Provável eu tenha sentido os liames entre os eventos da sua infância e da minha, forjados nas semelhanças da formação do caráter. Minha infância foi linda! Lembro-me bem daquela menina, amorosa, que não podia ver os amiguinhos brigar; ela me acompanha até os dias de hoje. Sempre sorrindo, ela surge no momento oportuno. Ela recebe muito o meu carinho e o meu afeto.
    A sua infância, creio, também foi linda, pela “presença” do saudoso Chico Xavier, necessidade que você alimentou em resposta ao prefácio das buscas por soluções. Não seria esse menino, hoje, aquele que procura ser melhor através da dedicação ao trabalho no Bem na Seara do Mestre Jesus?! Você mesmo afirma... Essa busca não seria antiga? Tanto Amor já não percorreu inúmeras caminhadas?! Ou será que esse Amor é a sua própria caminhada?! Se tiver vontade de responder com um não, pode fazê-lo, mas vou continuar no terreno das hipóteses... Se você permitir...
    Se um dia nos conhecermos, pessoalmente, você verá como sou chorona. Eu me gosto assim, pois são lágrimas de gratidão, de pedidos de perdão, afeto, saudades... Assim estou bem; preciso mudar, todavia, outros aspectos da minha existência, vencer alguns medos, enfrentar os desafios, que, realmente, são fortalecidos com a sua amizade. Afinal, somos espelhos. O que há em mim está refletido em você, e o que está presente em você se reflete em mim.



    A alegria que paira nesse contexto espiritual é que se espelham esperanças, confiança, sinceridade, fraternidade... Fé. O que é bom permanece. Não que evitemos falar em outros sentimentos comprometidos com o passado ou mesmo o presente. Sabemos que ainda os temos, mas devemos focar, sempre, o Bem. Se você se encontra no rodapé do Alto Edifício, estou do seu lado, você não reparou ainda...
    Não sei, realmente, se, às vezes, eu o ajudo mais do que você a mim. Uma ajuda mútua me agrada mais. Não questiono os motivos de todos esses acontecimentos espirituais; aceitando-os sinto-me feliz, e agradeço ao PAI por tantas bênçãos. Tantas alegrias, tanta Paz, tantos momentos felizes! A oração coletiva me faz muito bem! Tanto Bem que lhe desejo! Jesus abençoe o seu trabalho. Esteja firme, acredite nele, e, sobretudo, acredite em você. Eu acredito.
    O que já possuo de bom envio a você agradecendo o seu apoio de sempre. Guardo o restante, pois é preciso aperfeiçoá-lo para somar, e, quem sabe, um dia, receberá em dobro?! Em qualquer momento, comentarei o bonito texto que escreveu, em resposta ao meu, mas não consegui de tanto soluçar! Como é bom ter amigos! Obrigada, Jesus!
    Grande abraço extensivo à esposa. Beijinhos na pontinha do nariz do seu filhote.
    Myriam Fernandes

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